A MÚSICA DE CHICO BUARQUE
COMO UMA FORMA DE RESISTÊNCIA POLÍTICA
Autores
Álefe
Pinheiro de Lima¹
José
Ítalo Alves Pinheiro¹
André
Pinheiro²
1
Alunos da E.E.M. Fenelon Rodrigues Pinheiro
2
Professor de Língua Portuguesa da E.E.M. Fenelon Rodrigues Pinheiro
INTRODUÇÃO:
Atento
às questões do seu tempo, Chico Buarque de Holanda sempre manteve uma postura
crítica em relação à política brasileira. O auge desse processo ocorreu nos
anos de repressão militar, quando o compositor reagiu às ameaças do sistema
ditatorial. Portanto, este trabalho procurar mostrar o modo como as canções de
Chico Buarque se configuram como um ato de resistência contra o governo
ditatorial brasileiro – época em que reinava o medo, a violência e a censura.
Para tanto, utiliza-se o conceito de resistência desenvolvido por Alfredo Bosi
em seu ensaio “Poesia-resistência”.
METODOLOGIA:
O
primeiro passo da pesquisa foi realizar um levantamento das letras do
compositor que abordavam a temática política, voltando-se mais especificamente
para aquelas que faziam referência aos anos de ditadura e repressão militar.
Depois, as obras escolhidas foram analisadas tanto pelo viés estético (texto),
quanto pelo viés histórico (contexto). Dentre as peças que compõem o corpus de
análise estão “O que será (à flor da pele)”, “O que será (à flor da terra)”,
“Fortaleza”, “Apesar de você”, “Cálice” e “Deus lhe pague”.
RESULTADOS:
Muitas
canções de Chico Buarque tecem críticas ao sistema político vigente na segunda
metade do século XX, revelando a presença de um sujeito que não aceitava
passivamente as normas impostas pelo regimento militar da época. Enquanto
muitas pessoas se calaram diante da atmosfera ameaçadora, Chico preferiu lutar
contra o emudecimento. Dessa forma, as suas canções se configuram como uma espécie
de grito de resistência contra as atrocidades do imperialismo militar. Esse
efeito de resistência é alcançado graças aos seguintes procedimentos:
- Metalinguagem: a referência à própria obra exigia
de Chico Buarque um intenso exercício de lucidez – aspecto que, por si só,
já o distanciava da alienação.
- Sátira: as críticas contidas em suas
canções devem ser entendidas como um ato de recusa dos costumes da
sociedade. Por isso mesmo, representam uma ação contra a ideologia da
época.
- Mito: ao recuperar aspectos da memória
cultural brasileira, Chico Buarque já deixava claro que renegava a
configuração social de sua época.
- Utopia: ao imaginar um futuro modelo para
a sociedade, Chico Buarque se empenhava em formular um plano para a
construção de um novo mundo.
- Música: do ponto de vista formal, o
próprio ritmo alegre do samba já deve ser entendido como uma forma de
resistência, já que se contrapunha ao coração reprimido dos brasileiros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
As
análises desenvolvidas acima mostram que as composições de Chico Buarque devem
ser encaradas como um verdadeiro ato de resistência política, já que elas
denunciaram as crueldades do regime militar e idealizaram uma nova ordem social
para o Brasil. Destaca-se ainda que, com base no que foi apresentado, a obra
musical de Chico Buarque cumpre importantes funções literárias:
Ø
Função cognitiva: pois
dá informações sobre um determinado momento da História brasileira;
Ø
Função sincrônica: já
que ela mantém viva uma temática do passado;
Ø
Função social: já que
denuncia as crueldades cometidas por uma facção da política brasileira;
Ø
Função estética: já que
o compositor desenvolveu um tema político sem perder de vista a natureza
estética do seu texto.
Palavras-chave: MPB – Chico Buarque – Política –
Resistência
CADERNO DE CAMPO
Surgimento da ideia
A
ideia desta pesquisa surgiu após uma aula de Língua Portuguesa em que o
professor utilizou músicas de Chico Buarque para desenvolver um conteúdo da
disciplina (Figuras de linguagem).
Depois
soubemos que o referido professor planejava desenvolver um projeto de
apresentação e divulgação da música de Chico Buarque em sala de aula.
Registro dos passos da pesquisa
A
ideia de projeto surgiu depois que o professor apresentou a música de Chico
Buarque em sala de aula. Foram utilizadas duas aulas para analisar algumas
canções que falavam sobre a ditadura militar no Brasil. Os textos foram
analisados tanto do ponto de vista literário (atentando para o seu aspecto
formal), quanto do ponto de vista histórico (quando verificamos a temática da
ditadura).
Depois,
tivemos um encontro com a professora de História para que ela nos explicasse
detalhes sobre o período ditatorial no país. Antes desse encontro, já tínhamos
lido alguns textos que abordavam a temática. Dessa forma, o encontro também
serviu para tirarmos as dúvidas sobre o assunto.
Ao
longo desse percurso, nós nos encontramos algumas vezes com o professor
orientador para discutirmos essa relação do texto com o contexto histórico. Por
fim, reunimo-nos para a confecção do banner. Ainda tivemos um encontro final
para acertarmos os últimos detalhes da apresentação.
Datas e locais
- 10/09: Aula de apresentação de Chico
Buarque (Sala de aula);
- 13/09: Análise das canções “Deus lhe
pague”, “Apesar de você” e “Fortaleza” (Sala de aula);
- 17/09: Análise das canções “Cálice”,
“À flor da terra” e “À flor da pele” (Laboratório de multimeios);
- 24/09: Encontro com a professora de
História para discutir questões referentes à ditadura militar (Sala dos
professores);
- 27/09: Discussão do projeto – a relação
das canções com o contexto histórico (Laboratório de multimeios);
- 11/10: Confecção do banner –
pesquisa de imagens na internet, discussão dos temas e formatação do
cartaz (Laboratório de informática);
- 16/10: Encontro para tirar dúvidas e
para a discussão final (Escoa).
Resultados
Em
geral, achamos que os resultados da pesquisa foram promissores, pois
descobrimos coisas que dificilmente são percebidas pelos ouvintes da música de
Chico Buarque. Para conferir detalhes sobre os resultados, por favor, consulte
o projeto de pesquisa.
Referências
BOSI,
Alfredo. Poesia-resistência. In: O ser e o tempo da poesia. 7 ed. São
Paulo: Companhia das Letras, 2000.
BUARQUE,
Chico. Tantas palavras. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
FAUSTO,
Boris. História do Brasil. 14 ed.
São Paulo: EDUSP, 2012.
Contato:
italoalvespinheiro@yahoo.com.br


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