terça-feira, 16 de outubro de 2012

Feira de Ciências da CREDE

A MÚSICA DE CHICO BUARQUE
COMO UMA FORMA DE RESISTÊNCIA POLÍTICA

Autores
Álefe Pinheiro de Lima¹
José Ítalo Alves Pinheiro¹
André Pinheiro²

1 Alunos da E.E.M. Fenelon Rodrigues Pinheiro
2 Professor de Língua Portuguesa da E.E.M. Fenelon Rodrigues Pinheiro

INTRODUÇÃO:
Atento às questões do seu tempo, Chico Buarque de Holanda sempre manteve uma postura crítica em relação à política brasileira. O auge desse processo ocorreu nos anos de repressão militar, quando o compositor reagiu às ameaças do sistema ditatorial. Portanto, este trabalho procurar mostrar o modo como as canções de Chico Buarque se configuram como um ato de resistência contra o governo ditatorial brasileiro – época em que reinava o medo, a violência e a censura. Para tanto, utiliza-se o conceito de resistência desenvolvido por Alfredo Bosi em seu ensaio “Poesia-resistência”.

METODOLOGIA:
O primeiro passo da pesquisa foi realizar um levantamento das letras do compositor que abordavam a temática política, voltando-se mais especificamente para aquelas que faziam referência aos anos de ditadura e repressão militar. Depois, as obras escolhidas foram analisadas tanto pelo viés estético (texto), quanto pelo viés histórico (contexto). Dentre as peças que compõem o corpus de análise estão “O que será (à flor da pele)”, “O que será (à flor da terra)”, “Fortaleza”, “Apesar de você”, “Cálice” e “Deus lhe pague”.

RESULTADOS:
Muitas canções de Chico Buarque tecem críticas ao sistema político vigente na segunda metade do século XX, revelando a presença de um sujeito que não aceitava passivamente as normas impostas pelo regimento militar da época. Enquanto muitas pessoas se calaram diante da atmosfera ameaçadora, Chico preferiu lutar contra o emudecimento. Dessa forma, as suas canções se configuram como uma espécie de grito de resistência contra as atrocidades do imperialismo militar. Esse efeito de resistência é alcançado graças aos seguintes procedimentos:

  1. Metalinguagem: a referência à própria obra exigia de Chico Buarque um intenso exercício de lucidez – aspecto que, por si só, já o distanciava da alienação.
  1. Sátira: as críticas contidas em suas canções devem ser entendidas como um ato de recusa dos costumes da sociedade. Por isso mesmo, representam uma ação contra a ideologia da época.
  1. Mito: ao recuperar aspectos da memória cultural brasileira, Chico Buarque já deixava claro que renegava a configuração social de sua época.
  1. Utopia: ao imaginar um futuro modelo para a sociedade, Chico Buarque se empenhava em formular um plano para a construção de um novo mundo.
  1. Música: do ponto de vista formal, o próprio ritmo alegre do samba já deve ser entendido como uma forma de resistência, já que se contrapunha ao coração reprimido dos brasileiros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
As análises desenvolvidas acima mostram que as composições de Chico Buarque devem ser encaradas como um verdadeiro ato de resistência política, já que elas denunciaram as crueldades do regime militar e idealizaram uma nova ordem social para o Brasil. Destaca-se ainda que, com base no que foi apresentado, a obra musical de Chico Buarque cumpre importantes funções literárias:

Ø  Função cognitiva: pois dá informações sobre um determinado momento da História brasileira;
Ø  Função sincrônica: já que ela mantém viva uma temática do passado;
Ø  Função social: já que denuncia as crueldades cometidas por uma facção da política brasileira;
Ø  Função estética: já que o compositor desenvolveu um tema político sem perder de vista a natureza estética do seu texto.

Palavras-chave: MPB – Chico Buarque – Política – Resistência



 CADERNO DE CAMPO

Surgimento da ideia

A ideia desta pesquisa surgiu após uma aula de Língua Portuguesa em que o professor utilizou músicas de Chico Buarque para desenvolver um conteúdo da disciplina (Figuras de linguagem).
Depois soubemos que o referido professor planejava desenvolver um projeto de apresentação e divulgação da música de Chico Buarque em sala de aula.

Registro dos passos da pesquisa

A ideia de projeto surgiu depois que o professor apresentou a música de Chico Buarque em sala de aula. Foram utilizadas duas aulas para analisar algumas canções que falavam sobre a ditadura militar no Brasil. Os textos foram analisados tanto do ponto de vista literário (atentando para o seu aspecto formal), quanto do ponto de vista histórico (quando verificamos a temática da ditadura).
Depois, tivemos um encontro com a professora de História para que ela nos explicasse detalhes sobre o período ditatorial no país. Antes desse encontro, já tínhamos lido alguns textos que abordavam a temática. Dessa forma, o encontro também serviu para tirarmos as dúvidas sobre o assunto.
Ao longo desse percurso, nós nos encontramos algumas vezes com o professor orientador para discutirmos essa relação do texto com o contexto histórico. Por fim, reunimo-nos para a confecção do banner. Ainda tivemos um encontro final para acertarmos os últimos detalhes da apresentação.

Datas e locais

  • 10/09: Aula de apresentação de Chico Buarque (Sala de aula);
  • 13/09: Análise das canções “Deus lhe pague”, “Apesar de você” e “Fortaleza” (Sala de aula);
  • 17/09: Análise das canções “Cálice”, “À flor da terra” e “À flor da pele” (Laboratório de multimeios);
  • 24/09: Encontro com a professora de História para discutir questões referentes à ditadura militar (Sala dos professores);
  • 27/09: Discussão do projeto – a relação das canções com o contexto histórico (Laboratório de multimeios);
  • 11/10: Confecção do banner – pesquisa de imagens na internet, discussão dos temas e formatação do cartaz (Laboratório de informática);
  • 16/10: Encontro para tirar dúvidas e para a discussão final (Escoa).

Resultados

Em geral, achamos que os resultados da pesquisa foram promissores, pois descobrimos coisas que dificilmente são percebidas pelos ouvintes da música de Chico Buarque. Para conferir detalhes sobre os resultados, por favor, consulte o projeto de pesquisa.

Referências
BOSI, Alfredo. Poesia-resistência. In: O ser e o tempo da poesia. 7 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
BUARQUE, Chico. Tantas palavras. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 14 ed.  São Paulo: EDUSP, 2012.

Contato:
italoalvespinheiro@yahoo.com.br


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